terça-feira, 28 de abril de 2015

POESIA DE VIAGEM


O céu e as árvores;
as árvores, o céu e as casas,
algumas casas, pouquíssimas.
A memória raramente guarda as casas;
a memória apenas espreita pelas janelas.
Não se vê gente no céu ou nas árvores
e não se sabe se as casas têm gente.
Não se vêem vestígios de gente.
Ainda tenho esperança em que alguém apareça
vestido de céu, de árvore ou de casa
e me abrace, dizendo:
bendito seja o teu regresso!
Saberei então que a viagem chegou ao fim.