sábado, 9 de maio de 2015

DURMO COM OS LIVROS



Tenho um fetiche que me afronta:
durmo com livros, como gente.
Leio e releio de ponta a ponta,
quando não, de trás para a frente.

Pode ser lamecha, de cordel,
tesouro, que é o poeta de turno,
como pode ser Saramago, Nobel,
é para o lado que melhor durmo.

Esta noite enrolei-me com Pessoa
e a culpa é minha, inteiramente:
derramei os seus versos à toa
e esmaguei-lhe a obra, literalmente.