sábado, 14 de novembro de 2015

CAVALOS


Ah, mas se eu pudesse, como o vento,
tocá-los com um dedo só que fosse,
que indizível seria esse momento!
Que contentamento tão fino e doce.

Porém, fogem-me, por encantamento
quase me trespassam sem tocá-los,
como tudo o que afinal invento,
sejam poemas, neblinas ou cavalos.

Compraz-me vê-los soltos, surreais,
pégasos de nós, furtivos e imortais,
em aparição furtiva, mas tão real,

que a fantasia do que sejam, afinal
não passa de sonho ou coisa tal,
que apenas se pressente … e pouco mais.