quarta-feira, 18 de novembro de 2015

VER O QUE NÃO VEJO


Que vejo eu quando não vejo,
quer queira ou não queira,
se nada ver é ver o que não desejo,
quase morrendo  de cegueira
e, no entanto, vejo que não vejo;

Que há para ver onde não há
nada para ser visto quando está,
do quanto está para não ser visto
ou não quer deixar-se ver,
oculto, vá que não vá…
e de tanto ver desisto
de ver o que não está a acontecer.

Vejo de não ver, cego de ver,
está visto.