sexta-feira, 13 de maio de 2016

OS PÉS


Irrequietos que eles são,
abrem caminho a passo
como o bater do coração,
batendo sempre a compasso.

E não cessa o caminho
que vão fazendo ao andar,
a toda o gás ou de mansinho,
caminhando sem parar.

Galgando a vida inteira,
pé ante pé ou pezudo,
pé de galo, de veludo,
não tem fim esta canseira.

E apesar desta andança
(pé que anda, pé que tropeça)
perdem o pé e a esperança,
pois quem manda é a cabeça.