segunda-feira, 4 de setembro de 2017

PÁSSARO OCRE


Não era afinal de ouro
nem possuía riqueza,
e fosse embora tesouro
era-o por singela beleza.

Amarelo-torrado, canário,
tudo lhe ficava a matar;
profissional do canto, operário
de antes morrer que cantar.

Morreu ocre e mudo,
escravo do tudo ou nada,
sem liberdade e, contudo,
numa gaiola dourada.